Que diálogo incrível, Vera! 🎙️ Seu percurso — da pediatria materno-infantil às nuances da psicanálise de crianças e adolescentes — trouxe insights valiosos sobre a importância da escuta, da atenção às relações precoces mãe-bebê e do cuidado familiar. Adorei como você destacou o papel da prevenção no desenvolvimento infantil, os desafios do uso excessivo das telas e a força transformadora da análise, presencial ou online. Obrigado por compartilhar todo esse conhecimento e sensibilidade com nossa audiência.
Psicanalista convive e atua desde 1983 no dia-a-dia com pessoas que sofrem de transtornos mentais, e além do atendimento psicoterápico em consultório particular, cursou o MBA de Gestão de Saúde Executivo Administração pela FGV(2015/2017).
Olá, pessoal do EscutaCast! Hoje eu quero compartilhar com vocês como foi a minha conversa com a incrível Dra. Vera Márcia Ramos. Durante mais de duas horas, mergulhamos em histórias reais que mostraram o quanto a psicanálise, na prática, tem o poder de transformar vidas. Vera contou como, ainda na faculdade de Medicina, sentiu que faltava algo nos protocolos hospitalares e foi justamente nos corredores do Instituto Fernandes Figueira que ela descobriu seu verdadeiro chamado: escutar.
Lembro dela descrever, com tanta sensibilidade, o momento em que percebeu que ouvir uma criança antes de uma cirurgia podia aliviar ansiedade, e até evitar que sintomas emocionais se agravassem. Foi ali que entendi como a relação mãe–bebê, tão estudada pela psicanálise infantil, tem força de alicerce para o equilíbrio emocional de toda a família.
Falamos também sobre adolescentes e smartphones — tema que não poderia ser mais atual. Vera me lembrou que, apesar de conectarem o mundo, as telas muitas vezes isolam quem mais precisa de presença. Foi inspirador ouvir sugestões simples, como jantares em família sem celular e conversas verdadeiras que acolham angústias, em vez de apenas trocar mensagens.
Em outra parte da nossa conversa, Vera compartilhou o que aprendeu ao liderar equipes clínicas e, mais tarde, assumir cargos na Sociedade Psicanalítica. Ela falou com honestidade sobre a tentação de confundir “função” com identidade e me lembrou que, na essência, cada um de nós é mais do que um título: somos histórias, emoções e encontros.
E quando chegamos ao tema do narcisismo, ela resumiu em uma frase que não saiu mais da minha cabeça: “Amar a si mesmo é saudável, mas não quando exclui o outro.” Foi um convite poderoso para que cada um de nós se permita ser autêntico, reconhecer nossas limitações e também celebrar nossas qualidades.
Saí daquelas mais de duas horas de conversa com o coração leve e cheio de ideias — e, claro, algumas indicações de leitura que Vera tanto ama: Dostoiévski, Carla Madeira, Madeleine Albright. Se você não conseguiu acompanhar ao vivo, vale muito a pena rever no canal. Afinal, quando a escuta é genuína, o melhor legado que podemos deixar é a transformação que acontece em quem nos sente verdadeiramente ouvido. Até a próxima!
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