Que relato poderoso, Lore! Fiquei emocionado ao ouvir sobre a força que vocês encontraram. Sua história de resiliência e solidariedade me inspira profundamente. Obrigado por compartilhar essas memórias que nos lembram da importância de nunca perder a esperança.
Psicanalista convive e atua desde 1983 no dia-a-dia com pessoas que sofrem de transtornos mentais, e além do atendimento psicoterápico em consultório particular, cursou o MBA de Gestão de Saúde Executivo Administração pela FGV(2015/2017).
Eu fiquei profundamente impactado ao ouvir Lore Esquenazi relembrar, em poucas falas, a doçura de sua infância na pequena Maria Verde, na antiga Prússia, até o momento em que, na fatídica Noite dos Cristais (9 de novembro de 1938), soldados nazistas invadiram a casa da família, prenderam seu avô e arrancaram os brincos de suas orelhas ainda de menina.
Logo depois, eles enfrentaram a árdua espera em Hamburgo, aguardando passaportes que lhes permitissem embarcar num navio de luxo rumo a Xangai — único porto disposto a receber judeus fugindo da Europa. Chegando lá, viveram num “gueto” para refugiados, onde vi a força do empreendimento familiar: o avô de Lore montou uma fábrica de salsichas e uma loja de secos e molhados, enquanto a comunidade trocava alimentos, enfrentava bombardeios japoneses e encontrava formas de cuidar uns dos outros.
Quando a libertação finalmente chegou por um rádio clandestino, pude imaginar a alegria pela “chuva” de barras de chocolate que soldados americanos jogavam nas sacadas — um gesto que devolvia a Lore as lembranças doces de sua infância.
Mais tarde, a família conseguiu vistos graças à coragem de um cônsul humanitário e rumou aos Estados Unidos. Em São Francisco, viveram a adaptação inicial, mas foi em Chicago que reconstruíram suas vidas: compraram imóveis que pagavam hipotecas, retomaram seus negócios e, com trabalho e solidariedade, transformaram o exílio num recomeço próspero.
Esse trajeto de avó e neta, condensado nos melhores momentos da gravação, me lembrou do poder da resiliência, da memória compartilhada e do empreendedorismo como pilares de uma história que atravessa gerações — e que continua viva em cada ensinamento que Lore e Jéssica nos legam.
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